Fazendo uma análise de todas as conversas, fotos e extratos bancários que tenho aqui, este foi o relato mais preciso que eu consegui gerar.
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Acho que tudo começou por volta do dia 7 ou 8 de novembro. Neste dia o Vígi foi mordido por um cachorro. Este cachorro morava num estacionamento aqui perto de casa, era um cão jovem (tudo no passado, pois, faz um bom tempo que não o vejo mais). Estávamos caminhando numa manhã quando o Vígi chegou perto dele e, possivelmente para defender seu pote de comida que estava ali perto (eu não tinha visto o pote de comida), atacou o meu cachorro. Não foi uma mordida forte, pelo contrário, foi bem superficial, tanto que não vi nem sangue no momento do fato.
Passado alguns dias, na sexta, dia 11 de novembro, notei uma bola grande nas costas e uma pequenina ao lado da barriga, exatamente na região do corpo em que foi mordido (lado direito). No dia 12 a bola das costas abriu, saindo sangue e pus. Ao constatar isso, levei ele na Bom Trato, mas a Carol estava dando banho em um cachorro e não consegui voltar a tempo mais tarde. Acabei levando-o num veterinário perto de casa. Ele deu uma olhada, limpou bem a ferida e receitou um antibiótico (Enrogard) de 24 em 24 horas durante 7 dias e Ungento Plus para passar no local.
Uns dias depois marquei um banho e tosa com a Carol. Avisei do machucado e disse que ele não estava muito legal, andava bastante cabisbaixo. Avisei do caso da mordida e pedi para ela dar uma olhada. Ela constatou que ele estava com aumento de volume no lado da barriga, onde antes tinha uma bolinha agora estava mais inchado. E sentia muita dor. A Carol também havia requisitado um Ultrassom.
A Ju, minha esposa, levou o Vígi no local indicado, na Clinvet. Lá o Henrique fez o exame de imagem e ainda por cima acabou fazendo uma limpeza na ferida da barriga, visto que, durante o exame, aquela bola arrebentou e saiu pus lá de dentro. O resultado do exame saiu dia 23 de novembro e pode ser visto no link abaixo.
A coisa continuou meio estranha, parecia que o tratamento não fez muito efeito. Dia 3 de dezembro, a ferida não estava boa, e ainda saia algo ali de dentro. Levei novamente na Bom Trato e fomos atendidos pela Carol. Ela limpou novamente e receitou outro antibiótico, agora de 12 em 12 horas durante 7 dias (não lembro o nome e nem se era essa posologia).
Dessa vez a coisa melhorou um pouco e a ferida, ao final do tratamento, parecia fechada. Ainda assim, ainda parecia conter abscesso por baixo da pele (detalhe, eu não sabia o que eram abscessos).
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Passou-se um tempo e no finalzinho de dezembro eu e a Ju fomos viajar. O Vígi ficou aos cuidados de uma cuidadora da minha vó, que nesse período se tornou cuidadora da vó e do cusco. Decidimos deixar com ela pois, além de já conhecer o Vígi há um bom tempo, ela mora perto, tem pátio grande com grama e duas cadelinhas do tamanho do Vígi, que acreditei eu serem boas companhias para ele. Quando voltamos de viagem, dia 2 de janeiro, o Vígi estava com bastante sujeira no olho direito, algo que não é normal. Aquela sujeira preta que cresce nos olhos dos cachorros. Tinha bastante e apenas no olho direito. Limpei bem e fiquei observando.
Possivelmente no dia 7 de janeiro, em uma visita a casa da minha sogra, estava presente meu cunhado, que está se formando em veterinária neste momento. Examinando o Vígi ele me perguntou pela enésima vez se eu já tinha feito uma análise daquela bola que o Vígi tinha no peito, eu falei que não. Ao examinar o Vígi ele notou que TODOS os linfonodos do cusco estavam aumentados, e bastante aumentados. Achou estranho e sugeriu que eu levasse o Vígi no HCV para uma análise, visto que lá eles possuem um médico oncologista, professores experientes e dispõe de muitos instrumentos de diagnósticos.
Baseado no fato do Vígi estar com todos os linfonodos aumentados, durante a semana seguinte levei o cusco novamente na Bom Trato para uma consulta. Quem atendeu foi a Carol, que solicitou um exame de sangue e citou que o único veterinário oncologista da cidade é o Rafael da clínica “alguma coisa”. O exame de sangue pedido pela Carol ficou pronto dia 11 de janeiro e pode ser visto no link abaixo:
Não levei o Vígi no Rafael, mas baseado no que meu cunhado havia me falado, no dia 13 de janeiro acabei marcando uma consulta no HCV, consulta essa que ficou para o dia 24. No entanto, no dia 15 de janeiro, fomos para a colônia e passamos boa parte do dia caminhando por lá, fazendo trilhas e tomando banho de arroio. No dia seguinte o Vígi mal conseguia colocar a patinha dianteira direita no chão, já na terça ele estava melhor e foi melhorando no decorrer da semana, mas nunca voltou a ficar 100%.
Como ele já estava com a consulta marcada, esperei até dia 24. Nesta consulta a médica residente ficou bastante intrigada com o fato dos linfonodos estarem bastante aumentados e sobre a bola no peito. Sobre a pata, já estava um pouco melhor (mas ainda mancava), e depois de vários testes a médica disse que poderia ser uma afecção em cervical (conversei isso com a Carol uns dias depois e ela achou estranho esse diagnóstico, pois, nunca havia notado nada no Vígi que pudesse indicar esse laudo). Além disso, pediram alguns exames, como um ecodopplercardiograma (EXAME-03, feito Cordiê), ultrassom abdominal (EXAME-04, feito na Stella), antibiograma/urocultura/creatinúria/proteinúria/urina (EXAME-05), hemogasometria (EXAME-06), hemograma (EXAME-07), bioquímico (EXAME-08). Também foi requisitado um exame de raio-X do tórax e da cervical para a verificação da situação da coluna vertebral, do coração e da cervical, exame este feito no HCV dia 06 de fevereiro. Além de tudo isso, foi receitado o uso do medicamento Meloxican 0,5 mg com o objetivo de diminuir a dor e a inflamação na pata (e teve uma boa melhora).
EXAME-03
EXAME-04
EXAME-05
EXAME-06
EXAME-07
EXAME-08
Para que o procedimento fosse realizado, era necessário anestesia geral, pois, segundo a médica, era preciso que ele ficasse completamente imóvel. Logo no início o Vígi sofreu reação a anestesia, mais precisamente ao fármaco Propofol. Essa reação fez com que ele ficasse rígido e agitado. Conseguiram apenas fazer o raio-X do tórax. O laudo do exame pode ser visto no arquivo EXAME-09.
Baseado nos resultados dos exames acima, o pessoal do HCV conversou comigo e optamos por operar o Vígi. Foi marcada uma cirurgia para o dia 02 de março para que fossem realizados os seguintes procedimentos:
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Já sabendo da primeira reação do Vígi ao Propofol, a anestesista tomou mais cuidado desta vez. Mesmo com a atenção redobrada, segundo relatos da médica e da anestesista, foi um pouco complicado de estabilizar a respiração dele, mas após estabilizada a cirurgia ocorreu conforme o planejado. O laudo das biópsias da bola do peito, da pele e do linfonodo estão presentes no EXAME-10 enquanto o laudo do raio-X se encontra no EXAME-11.
Passaram-se os dias, a recuperação foi boa (meu cunhado veio à minha casa dia sim, dia não, para acompanhar), a cicatrização ocorreu rápida e perfeitamente e os pontos foram retirados no dia 14 de março. Com o uso dos anti-inflamatórios e analgésicos no pós-cirurgia (Dipirona + Meloxican 0,5 mg + Agemoxi 250mg), o problema da pata manca foi “solucionado”. Porém, com o passar dos dias e com o efeito dos remédios passando, ele começou a apresentar um andar “torto”, rebolando demais a bunda, e agora puxando a pata traseira direita, algo fora do normal. Com o passar dos dias, aquele cachorro rebolando virou num cachorro que pulava em três patas e mancava em uma das três patas restantes.
Dia 30 de março voltamos ao HCV e tivemos outro atendimento na clínica médica. Um exame de imagem foi requisitado com o objetivo de analisarmos detalhadamente as duas patas do lado direito. No na época ele andava cabisbaixo novamente devido ao desconforto/dor que sentia nos membros. A médica residente prescreveu mais uma dose de Dipirona, 8 gotas, de 12 em 12 horas por cinco dias. Além disso foi falado sobre fisioterapeutas. No dia 03 de abril fomos novamente até a Stella para fazer mais exames de raio-X. O laudo do exame por ser visto no link abaixo:
Com o resultado deste exame em mãos, voltamos ao HCV e a residente da clínica médica passou o caso de volta para a clínica cirúrgica. Novos exames de sangue foram feitos com o objetivo de sanar algumas dúvidas que apareceram durante reuniões dos residentes com os professores. Exames bioquímicos e de hormônios, pois, pensou-se que o problema relatado no último exame feito na Stella (EXAME-12) poderia ser resultado de algum distúrbio hormonal ou até mesmo de problemas de calcificação. Possuo apenas os resultados do exame bioquímico de fósforo feito no laboratório Pet Análises (EXAME-13), porém os demais não tenho mas posso requisitar para que o HCV envie-os para mim.
Todos os exames deram normais, não apresentando anomalia alguma. Foi então marcada uma nova cirurgia, desta vez para extrair amostras ósseas para biópsia. Como ele ainda tinha dor, a médica prescreveu 8 gotas de Dipirona de 12 em 12 horas, o que milagrosamente retirou toda a dor que o Vígi vinha tendo. O uso da Dipirona foi mantido por 5 dias e foi interrompido 36 horas antes da segunda cirurgia.
Confesso que estava muito nervoso para este novo procedimento devido as complicações que ocorreram com o Vígi durante a primeira cirurgia. Felizmente desta vez nada de errado aconteceu e ele não sofreu reação alguma ao Propofol. Amostras da camada superior do osso foram extraídas (pequenas lascas) e levadas novamente ao laboratório CAP para análise. Como pós operatório, foram receitados novamente 3 fármacos (Dipirona, 8 gotas + Carprofeno 25 mg + Tramadol 50 mg). Durante o tempo que o Vígi ficou tomando estes remédios, toda a dor que ele sentia nas patinhas deixou de existir. O vídeo no link abaixo comprova (vídeo feito dia 27 de abril, apenas 8 dias depois da cirurgia, ainda com os pontos e sob efeito dos remédios).
Dia 26 de abril houve a remoção destes fármacos e o início do tratamento somente com a Pregabalina. Durante um tempo ele ainda estava sem sentir dor, porém, por volta dos primeiros dias de maio começou a ficar estranho novamente, e dia 05 de maio ele voltou a mancar.
Dia 28 de abril o CAP soltou o laudo final sobre as amostras deixadas com eles. O resultado pode ser visto no arquivo EXAME-13.
No dia 5 de maio requisitamos as amostras e as lâminas no CAP com o objetivo de levar para o HCV para um segundo laudo. Desta vez o médico oncologista do HCV assumiu os exames. Não tenho os laudos em mãos, porém a médica residente informou que a professora de patologia havia dado um retorno. Pelas palavras da médica residente:
Não foi encontrado nada tumoral na amostras enviadas e também não acreditamos ser inflamatório/infeccioso. Ela disse que provavelmente estamos diante de um quadro raro, alguma distrofia ou displasia óssea. São diagnósticos diferenciais mais difíceis de fazer de osso. Agora estamos estudando essa parte de alterações ósseas mais raras para vermos o que é se tem tratamento.
O Vígi está mancando muito. Não sei se sente dor ou algum desconforto. Os passeios estão reduzidos a uma ou duas quadras, basicamente só para fazer as necessidades. Além disso, notei há um tempinho uma bola dura na região pélvica. Ao apalpar, a médica residente disse que poderia ser um linfonodo aumentado. Eu gostaria de uma melhor análise sobre o que pode ser isso.
PS: as imagens dos exames da Stella podem ser vistas em alta-resolução. Se necessário, falem comigo que eu passo o link.