Por que escrever?

Quais foram os motivos para eu começar um blog? E por qual motivo um blog?

5 minuto(s) de leitura.

Então, o que me levou a escrever um blog? E por qual motivo um blog num mundo tão mais interativo e cheio de podcasts e canais de vídeo? Nada melhor que seja na primeira postagem onde eu apresente meus motivos.

Por que escrever?

Bem, ler sempre foi uma coisa que eu amei fazer. Leio de tudo, desde livros de filosofia até embalagens de pasta de amendoim. Livros de ficção, técnicos, matérias em sites de tecnologia, artigos em sites de notícias variadas, enfim, tendo letras e sendo em um idioma que eu consiga entender está valendo. Começo divagando sobre algo muitas vezes aleatório (no momento estou curioso sobre a temperatura corporal das lagartixas, mas isso vai ter que esperar até eu acabar de escrever) e quando vejo já tenho 10 abas abertas no Firefox e o assunto que começou em “tipos de liga de alumínio” já foi parar em sensores de umidade e temperatura para Arduino. Ler sempre foi atrativo para mim e de muito tempo para cá muito mais atrativo que assistir coisas ou jogar videogames.

Ao passo disso, escrever é apenas uma consequência. Sempre tive vontade de começar a documentar e publicar tudo o que eu faço no trabalho, compartilhar minhas experiências para que eu possa ajudar outras pessoas, assim como fui ajudado nestes anos todos. Tirar proveito dessa incrível rede de computadores para fazer algo bom.

Além de “documentação técnica”, sempre quis ter uma espécie de diário onde eu poderia expor algumas coisas da minha vida. Esse diário até existe e tem o mesmo nome deste site, mas em francês: Un voyage dans mon jardin. Contudo, expor esse diário não é o meu objetivo, pois tem coisas ali muito, muito íntimas.

Ok, mas por qual motivo eu nunca fiz isso antes? Bem, uma coisa que geralmente acontece é de eu me perder no meio de um processo de documentação e quando “me acho” não consigo mais concluir, pois, há uma lacuna muito grande entre o que eu já havia documentado e onde estou no momento. Outro motivo, e talvez o maior, seja o psicológico: sempre me perguntei o que eu teria para ensinar. Por qual motivo as pessoas iriam querer ler o que eu escrevesse? Além disso, no meio dessa infinidade de coisas da web, a minha ficaria perdida.

Outro ponto tão importante é: lidar com o fracasso. Costumamos esconder para baixo do tapete toda forma de fracasso em nossas vidas. Fracassos não são aceitos na sociedade, são feios, bobos e não devem existir de jeito algum. Ao menos é o que a sociedade espera de nós. Eu sei lidar muito bem com o fracasso dos outros, mas sou uma pessoa que me cobro muito e quando eu fracasso meu mundo vem a baixo. Com o fracasso vem o receio de perder meu valor diante das pessoas que gosto, e me expondo, as chances de fracassar aumentam. O engraçado é que o conceito de fracasso é muito individual, varia de pessoa para pessoa. O que para a grande maioria da população é sucesso, para mim é fracasso, e vice-versa. Ao escrever as coisas aqui, alguns considerarão minhas ideias como fracassadas, outros dirão que não. E a maioria nem vai ler.

Escrever é minha oportunidade de dizer coisas que eu normalmente não digo, de me arriscar, de me desafiar. Produzir dá trabalho. Terei que melhorar, e muito, a minha gramática e edição de texto, terei que aprender a tirar e editar fotos, terei que (re)aprender a “programar”, terei que aprender mais sobre design, terei que aprender mais sobre computação, sobre marcenaria, sobre leis de leis de copyleft e copyright, sobre ambientalismo, sobre a vida. É um aprendizado que engloba muitos outros aprendizados, que só soma.

Ok, mas por que um blog?

O leitor deve estar perguntando, “por que escrever um blog? Por que não fazer um canal em algum site de vídeos ou um podcast?”. Como falei anteriormente, sempre gostei de ler, e acho a leitura muito mais prazerosa que ambos. Podcasts são ótimos para quando não podemos ficar sentados, calmos e quietos, eu pessoalmente costumo e gosto de ouvir enquanto estou trabalhando, lavando a louça, tomando banho… Agora, ficar sentado na frente do computador enquanto apenas escuto? Não é para mim… Sobre vídeos? Acho-os interessantes, muito atrativos, como meio artístico são fenomenais, como materiais técnicos também, mas não consigo ficar muito tempo parado simplesmente assistindo coisas. Para mim a leitura é mais dinâmica, e quando bem feita, tão artística e e técnica quando qualquer vídeo. Sem contar que dados de textos são bem menores que dados de áudio e infinitamente menores que vídeos, seguindo o princípio KISS, quanto mais simples, melhor.

Concluindo

Bem, este site/blog é de uso pessoal. Não ganho nada aqui. Vou falar coisas que quero falar, sem patrocínio, sem propagandas, sem rastreamento algum (nada de cookies espionando o visitante, banners e propagandas enxeridas). Apenas eu me expondo e tentando compartilhar algo de bom.

Os motivos já foram expostos. Espero realmente que em ao menos um texto o leitor se identifique com o que escrevo, seja por forma de algum material de documentação técnica, por alguma ideia filosófica ou qualquer outra coisa. Que eu possa de alguma forma ser útil para alguém. De início não colocarei opção de comentários, mas meu e-mail está disponível no rodapé da página. Ficaria contente em poder ler alguma coisa e trocar uma ideia com o caro leitor.

Uma boa leitura.